O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um assunto que tem ganhado cada vez mais destaque, mas ainda é muito mal interpretado. Por isso, começaremos pelo básico: o que é o TDAH?
O TDAH é um transtorno neurobiológico comum que afeta crianças e adultos. Ele é caracterizado por dificuldades com atenção, hiperatividade e impulsividade. No entanto, fundamental entender que o TDAH não é simplesmente uma questão de “não conseguir se concentrar” ou de ser excessivamente agitado. Além de ser um grande desafio na vida diária das pessoas que o vivenciam, tem um espectro muito amplo de sintomas (e esse é o verdadeiro motivo por trás dos milhares de autodiagnósticos que vem ocorrendo atualmente).
A disseminação de informações sobre saúde mental é, na grande maioria das vezes, produtiva. É preciso falar sobre o tema, quebrar estigmas e abrir o caminho para que mais pessoas possam se autoconhecer, se tornando mais pacientes e compreensivas tanto consigo mesmas, quanto com os outros ao seu redor. Porém, o efeito indesejado é que as pessoas acabam por se autodiagnosticarem com essas condições mentais.
É o caso do TDAH. São tantos pontos de identificação, que se torna realmente tentador não cair no autodiagnóstico. Porém, apenas profissionais de saúde qualificados, como psiquiatras ou psicólogos, podem fazer um diagnóstico preciso a partir de avaliações técnicas, que são capazes de captar vários aspectos até, enfim, “fechar” o diagnóstico, como costumam falar.
Na ciência da saúde existe um termo chamado “diagnóstico diferencial”, ou seja, um processo em que profissionais tentam distinguir diferentes diagnósticos que compartilham de sintomas muito semelhantes. Além disso, não são todos os profissionais que concordam em seguir com um único diagnóstico – é comum chegarem em conclusões diferentes. Sendo assim, se até para os profissionais da saúde é complexo chegar em um diagnóstico, que dirá para o cidadão comum, certo?
Isso já é motivo suficiente para enxergar como pode ser conflituoso o autodiagnóstico. Porém, esses não são os únicos motivos para não o fazer: com o diagnóstico equivocado, é muito provável que o tratamento adequado atrase.
Voltando ao tópico do TDAH, é importante pontuar que muitos outros fatores podem contribuir para sintomas semelhantes à condição, como estresse, ansiedade, depressão, problemas de sono e até mesmo condições médicas não diagnosticadas.
É natural se sentir preocupado ao reconhecer certos sintomas que podem estar associados ao TDAH, como a distração frequente, a dificuldade em manter o foco em tarefas, a impulsividade, a inquietude e a dificuldade em seguir instruções. Esses fatores podem realmente ser sinais de alerta, mas novamente caímos no mesmo lugar: enxergando que depende, enfim, do caso concreto.
Experimentar sintomas ocasionalmente não significa necessariamente que você tenha TDAH. Todos nós enfrentamos momentos de distração e impulsividade em nossas vidas. O que diferencia o TDAH é a persistência e a severidade desses sintomas, além de como eles afetam negativamente várias áreas da vida, como trabalho, escola, relacionamentos e autocuidado.
Se você estiver preocupado com seus sintomas, é recomendável procurar ajuda profissional. Um profissional de saúde mental pode realizar uma avaliação completa e oferecer orientação sobre os próximos passos, seja um diagnóstico de TDAH ou o tratamento de outras questões subjacentes que possam estar contribuindo para seus sintomas. O TDAH é um desafio que muitas pessoas enfrentam, mas não precisa ser motivo de medo ou estigma. Compreender a natureza do TDAH, buscar ajuda qualificada e evitar autodiagnósticos são passos importantes para promover uma melhor saúde mental e bem-estar. Se você ou alguém que você conhece está lidando com sintomas que podem estar relacionados ao TDAH, lembre-se de que você não está sozinho e que existem muitas formas de apoio para ajudá-lo a navegar por esse caminho.
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1 respostas em "Todos falam sobre TDAH, mas e sobre o autodiagnóstico?"
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O Brazil só fica atrás dos EUA no consumo de ritalina,,,,Preocupante!